A memória do cinema no Arquivo Histórico Municipal
Não obstante a existência de importantes instituições que preservam a história do cinema brasileiro –
a exemplo da Cinemateca Brasileira sediada em São Paulo e da Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro –
outros órgãos também conservam em seus acervos referências relevantes a respeito do tema. E dentre eles,
destacamos o Arquivo Histórico Municipal de São Paulo, uma vez que na sua vasta documentação podemos
encontrar, por exemplo, a antiga legislação municipal pertinente ao assunto, bem como o registro de
diversos momentos em que houve uma interface do poder constituído com os empresários responsáveis pelos
primeiros espetáculos cinematográficos na cidade.
Por certo que aqui nos referimos aos primórdios do cinema em São Paulo, num período que remonta à
primeira metade do século XIX e até as décadas de 1910 e 1920, época em que salas de exibição já se
encontravam consolidadas na cidade.
Entretanto, é preciso alertar que não encontramos nessa documentação as referências sobre os filmes
apresentados, mas sim a respeito dos espaços cinematográficos (por vezes adaptados para essa finalidade)
e, também, sobre alguns espetáculos que, se num primeiro momento eram itinerantes, posteriormente se
consolidaram, de modo gradual, em salas especialmente construídas para esse fim.
Enquanto parte de um todo, poderíamos então dizer que o acervo do Arquivo Histórico nos apresenta apenas
fragmentos dessa história, e isso é correto; porém, são fragmentos valiosos para a memória do cinema
paulistano e brasileiro.
Feitas essas considerações, apresentaremos a seguir um painel composto por alguns desses recortes
que, é preciso frisar, não esgota toda a possibilidade do acervo.
Iniciemos com um curioso e importante registro que nos remete à
pré-história do cinema em São Paulo
ou, mais especificamente, ao dia 27 de agosto de 1834, ocasião em que os vereadores paulistanos receberam
um ofício de João Jacques Vioget nos seguintes termos:
[Leu-se o Ofício] de João Jacques Vioget pedindo licença para abrir nesta cidade uma
câmara óptica para divertimento público: remetido ao fiscal e procurador para fazerem a arrecadação do art. 8º das Posturas. (A.C., vol. XXVII, p. 472, meu destaque)
Citado pelos estudiosos como das primeiras referências à presença de antigos aparelhos de divertimentos óticos
na cidade de São Pauloo, não é possível apontar com absoluta segurança o que seria efetivamente
a
câmera ótica de Vioget. Uma possibilidade seria identificá-la como um modelo do
Fenacistoscópio,
aparelho inventado pelo físico belga Joseph-Antoine Plateau em 1829. Veja abaixo um exemplo dessa técnica.
No entanto, a denominação remete provavelmente a outra modalidade: as
caixas óticas. Esses aparelhos,
que apresentam grandes variações, permitiam visualizar uma cena (delineada em desenhos, pinturas ou fotos, anos
mais tarde), em uma caixa monida de uma lente (ou mais), aumentando as dimensões das imagens. De modo geral,
como na ilustração abaixo, o modelo seria muito similar aos aparelhos para vistas estereoscópicas difundidas na
segunda metade do século XIX.
Disco de fenacistoscópio,
por Eadweard Muybridge, 1893.
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Caixa ótica de origem francesa, primeira metade do século XIX.
Disponível em http:// www.antiq-photo.com
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Não podemos precisar o local onde ocorreram as apresentações da
câmara de Vioget, mas certamente
elas foram realizadas com cobrança de ingressos posto que a municipalidade, conforme especificado no
documento, determinou o recolhimento de impostos, algo que não ocorreria caso o espetáculo fosse de
cunho privado.
E foi justamente por conta dessa cobrança que Vioget, a 6 de setembro de 1834, voltou a escrever para a
Câmara Municipal, pois ele não concordou com o valor a ser recolhido:
[Leu-se o] Requerimento de João Jacques Vioget pedindo redução na quota que tem de pagar para apresentar
ao público um divertimento de caixas ópticas. (A. C., vol. XXVII, p. 477, meu destaque)
Laconicamente, a resposta dos vereadores foi a seguinte: “não tem lugar, senão conforme o artigo 8º
das Posturas.”
O espetáculo que Vioget oferecia com sua
caixa ou
câmera ótica encaixava-se na categoria dos
Divertimentos Públicos que ocorriam na cidade e, por isso, estava sujeito à cobrança de impostos.
Nessa mesma categoria estavam, por exemplo, os realejos que percorriam as ruas da cidade. Ao que nos
parece, a partir desse primeiro espetáculo, tais divertimentos tornaram-se comuns em São Paulo, e
tanto que, em 1858, eles já se encontravam detalhados e especificados na legislação municipal
conforme podemos verificar através da previsão orçamentária elaborada no ano de 1858:
Impostos: [Pagar-se-á pela licença por três meses] para armar cosmoramas, phantasmagorias
ou outros divertimentos semelhantes ...............................................................12$000 Réis (A. C., vol. XLIV, p. 69)
Vale sublinhar que esta menção à
caixa ótica de Vioget se constitui numa das primeiras citações
documentadas que nos remetem à
pré-história do cinema em São Paulo, mas isso não significa que ela
seja a única. Muito pelo contrário, ela aqui está enquanto um dos muitos exemplos que
podem ser encontrados na série
Atas da Câmara Municipal. Esta é uma documentação que guarda
inúmeras possibilidades aos pesquisadores do tema, pois os espetáculos (ou
divertimentos) públicos
requeriam uma autorização das autoridades para que ocorressem. Nesse sentido, as referências sobre os
aparelhos óticos, cosmoramas, fantasmagorias e, depois, sobre os motoscópios e cinematógrafos, podem ser
encontrados nas
Atas. E aqui nos referimos tanto às solicitações dos empresários dirigidas aos
vereadores, quanto às análise e permissões decorrentes.
Mas, e quem teria sido João Jacques Vioget, ele o responsável por esta primeira apresentação de
caixas óticas em São Paulo?
Chamado de “João” em São Paulo, o seu nome, na verdade, era Jean Jacques Vioget.
Nascido a 14 de junho de 1799 em Combremont-le-Petit, no Cantão de Vaud, na Suíça, alistou-se no
exército de Napoleão quando tinha 15 anos de idade. Atuando inicialmente no regimento de tambores,
interessou-se depois pela engenharia naval. No início da década de 1830 ele já se encontrava no Brasil,
época em que teria sido tenente da marinha brasileira. De concreto, porém, sabe-se que Vioget, além
de outras atividades, interessava-se também pelas artes e pintou, em 1834, uma interessante paisagem do
Rio de Janeiro chamada
Vue de la façade de la ville de Rio de Janeiro du coté de la grande baie en
face le palais. Nesse mesmo ano, mais precisamente em agosto de 1834, Vioget esteve em São Paulo,
época em que apresentou a sua
caixa ótica. Apesar das raras informações sobre este personagem no
Brasil, o fato é que em 1837 ele já estava navegando entre as costas do Peru e do Equador como comandante
do navio
Delmira e, daí, viajou até a Califórnia, aportando na antiga
Yerba Buena,
hoje São Francisco. Nesse mesmo ano Vioget pintou a mais antiga vista que se conhece daquela cidade
chamada
Yerba Buena in the Spring of 1837. Dois anos depois, ele seria contratado para elaborar o
primeiro plano urbanístico da cidade. Não deixando de lado o comércio, Vioget foi proprietário de alguns
saloons em São Francisco (como o
Portsmouth House) e de ranchos nos seus arredores. Casado,
em 1847, com Maria Benarides de Vasques, Vioget passou a ser conhecido como
Dom Juan Vioget.
Jean Jacques Vioget faleceu em San José, na Califórnia, em outubro de 1855.
Desvendada essa curiosa passagem, vamos retornar às referências sobre a história do cinema em São Paulo
através dos documentos custodiados pelo Arquivo Histórico Municipal e, propositadamente, daremos um grande
salto no tempo, passando de 1834 para o ano de 1895. Mas, por que propositadamente? Explicamos:
utilizando a mesma série composta pelas
Atas da Câmara, o pesquisador poderá encontrar nesse
intervalo de 61 anos muito mais informações a respeito da
pré-história do cinema na cidade.
Fica aqui a indicação, pois a nossa intenção é a de revelar outros conjuntos documentais que tratam do tema.
São Paulo, 23 de abril de 1895. Naquele dia, o cidadão Sales Guerra recolhia no Tesouro Municipal uma taxa
de 30$000 Rs. (trinta mil réis) para a “exibição de um aparelho Edson” que, conforme Maximo Barros,
era o
kinetoscopio (ou cinetoscópio), máquina inventada por Thomas Edison entre os anos de 1890 e
1891. No
kinetoscopio, os filmes (com imagens em movimento) não eram ainda projetados em telas,
mas sim no interior do próprio equipamento (veja ilustração).
Kinetoscópio e seu mecanismo interno.
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Chamado de Kinetofone, este Kinetoscópio agregava um fonógrafo.
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Individualmente, o espectador aproximava-se da máquina e, através de um visor, poderia assistir as
cenas de um filme que durava por volta de 40 segundos. Segundo Barros, esse primeiro cinetoscópio
foi apresentado por poucos dias em São Paulo na Confeitaria
A Paulicea, então localizada na
Rua 15 de Novembro. No ano seguinte, a 7 de agosto de 1896, teria ocorrida a primeira sessão de
cinema em São Paulo em uma apresentação privada, apenas para convidados, e promovida pelo fotógrafo
francês Georges Renouleau (1845-1909) que mantinha um ateliê na cidade. Ainda de acordo com Barros,
que compilou
seus dados na imprensa da época, já a partir de 8 de agosto de 1896 as exibições
tornaram-se públicas mediante a cobrança de ingressos. Era a estréia do cinematógrafo na
cidade.
Não conseguimos até o momento dados mais seguros na documentação do Arquivo sobre este início do
cinema em São Paulo. Entretanto, lembramos novamente que consultamos apenas parte do acervo,
sendo portando bastante provável que esta referência ainda possa ser encontrada.
De toda forma, esses acontecimentos que ocorreram na última década do século XIX nos
servem para apresentar esta outra fonte de pesquisa: as séries
Alvarás e Licenças e
Receitas e Despesas do Fundo Câmara Municipal. A menção ao
aparelho Edson ou
kinetoscopio,
por exemplo, pode ser encontrado no volume nº. 1746 das Receitas e Despesas do Tesouro, p. 68 verso.
A partir de então, como apontam os
Alvarás e Licenças, tornaram-se comuns na cidade as
apresentações que ocorriam em salas escuras utilizando vários aparelhos óticos como as chamadas
lanternas mágicas. Tais espetáculos recebiam o nome de
Fantasmagorias, pois projetavam
sombras ou desenhos e, não raro, faziam uso de outros elementos como a fumaça para criar um ambiente
que deveria impressionar o espectador. Outros aparelhos, também em voga, serviam para ampliar
panoramas ou fotografias com vistas de cidades, os chamados
cosmoramas. E havia diversos deles que,
geralmente, eram de uso individual. Assim, conviveram durante algum tempo as duas técnicas, ou seja,
uma mais antiga que projetava cenas imóveis, e outra mais
moderna, com imagens em movimento ou
animadas.
Entretanto, todas essas apresentações guardavam algo em comum, pois elas ainda não ocorriam em salas
fixas ou especialmente preparadas para exibições. Ao contrário, tais espetáculos geralmente se davam
em restaurantes e confeitarias ou, mais comum, em parques de diversões, circos e quermesses, a
exemplo da que ocorreu entre os meses de maio e julho de 1898 na Praça da República. Naquela oportunidade,
o empresário Augusto Pinto Pacca solicitou uma licença...
... para o funcionamento durante 90 dias, na Praça da República, de uma quermesse de jogos e
divertimentos lícitos a saber: tiro ao alvo, jogo de argolas e de bolas, cosmorama,
fantasmagorias, quadros vivos, teatrinho de bonecas, fonografias, rodas de cavalinhos e bonecos,
sendo parte do produto da quermesse em benefício do Asilo de meninas órfãs de N. S. Auxiliadora do Ipiranga,
não podendo estabelecer jogos ilícitos sob pena de cassação da licença, tendo de acordo com o termo de
obrigação e responsabilidade nesta data assinado nesta Intendência. (Alvarás-Licença, vol. 502, p. 70, meus destaques)
Após essa primeira fase, na qual as sessões ocorriam na área central da cidade, tornou-se comum a
apresentação desses aparelhos nos estabelecimentos de bairros, sempre mediante a cobrança de ingresso.
Esse foi o caso do italiano Grazio Olivera de Felice, instalado na antiga Rua dos Imigrantes, nº. 19
(atual Rua José Paulino, no Bom Retiro), que desejava “estabelecer em sua casa um pequeno Cosmorama”
para a apresentação de vistas. Esta solicitação, datada de 8 de março de 1906, merece ser destacada
não apenas por mostrar a expansão desses aparelhos pelos bairros, mas principalmente porque Felice
fez questão de anexar ao pedido uma das
vistas (veja abaixo) que seriam exibidas ao público
mediante o preço de 200 réis por ingresso. Este registro raro identifica o uso de vistas fotográficas
estereoscópica associada ao "cosmorama", sinal de um processo de hibridismo dos sistemas óticos.
Estereoscopia para exibição no "Cosmorama"
de Grazio Olivera de Felice, em 1906.
A imagem mostra um aspecto de Paleokastritsa, uma pequena vila situada na ilha de Korfu, na Grécia.
No verso do cartão consta a seguinte indicação: Casa Edison – Phonographos * Novidades – São Paulo.
Acervo: AHMWL
Voltando aos últimos anos do século XIX, no dia 21 de janeiro de 1899 seria apresentado aos paulistanos
um novo equipamento: o motoscópio. Naquela data conforme os registros constantes no volume nº 502 dos
Alvarás-Licença, página 72, George Mornaud solicitava uma autorização “para abrir uma exposição de
Motoscópio por 30 dias na rua Coronel Moreira Cezar nº 14.” Esta era a Rua São Bento que,
num curto período de tempo, chamou-se
Cel. Moreira César.
O motoscópio era um aparelho que guardava certa semelhança com o
kinetoscopio, mas havia uma
diferença importante, pois o kinetoscópio utilizava imagens em filmes que eram rodados;
o motoscópio, por sua vez, mostrava uma seqüência de fotografias impressas e afixadas numa espécie de
tambor. Ao girar rapidamente o aparelho, o espectador ficava com a impressão de ver as imagens em movimento. Desenvolvido por Herman Casler em 1894, nos E.U.A., o motoscópio foi aperfeiçoado e passou a ser comercializado a partir de 1896. Pouco tempo depois, ele já era apresentado em São Paulo.
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A atriz americana Anna Held
assiste uma sessão no motoscópio em 1899.
Disponível em:
http:// www.prweb.com
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E eis que chegamos a 1900, época em que os cinematógrafos já se encontravam disseminados na cidade.
Naquele ano, mais precisamente no dia 6 de janeiro de 1900, o empresário Salvador Joaquim Rizzo solicitava a primeira licença “para dar um espetáculo com cinematógrafo na Rua 15 de Novembro nº. 58”, pagando para isso a taxa de 115 mil réis. (Alvarás-Licença, vol.505, p. 59). Apesar de não constar no documento qual o período do espetáculo, sabemos que o mesmo não se resumiu a um único dia, uma vez esta licença (no valor de 115 mil réis) era válida por 30 dias. Mas, esta não foi a única apresentação de Rizzo na cidade, uma vez que ele obteria novas licenças para o seu cinematógrafo em junho e agosto de 1900, apresentando seus espetáculos na Rua 15 de Novembro, nº. 58 e na Rua do Rosário, nº. 5, respectivamente.
Por essa mesma época, já se encontrava na cidade um outro empresário, Victor de Maio, que, a 5 de fevereiro
de 1900, pagou os mesmos 115 mil réis “pela licença, por 30 dias, para a exibição de seu cinematógrafo
(fotografia animada)” na mesma Rua 15 de Novembro, nº. 58 (Receita e Despesa, volume 1853, p. 1).
Em março do mesmo ano ele renovaria esta licença para, nos meses de maio e junho, apresentar seu
cinematógrafo na mesma Rua 15 de Novembro, mas no nº. 56, sendo este endereço citado como “galeria”
(por estar situado na recém-aberta Galeria Werbendöfer). Entre os meses de agosto e setembro, a
licença seria dada para que o mesmo se apresentasse no prédio da Rua do Rosário, nº. 5, o conhecido
salão
Paris em São Paulo que, posteriormente, mudaria seu nome para
Paulicéia Fantástica.
Não obstante essas apresentações em salas, os espetáculos continuavam a ocorrer em circos e parques, a
exemplo do cinematógrafo que funcionou ao lado da
Montanha Russa montada na Praça da República pelo
empresário Eduardo Ribeiro e cuja licença foi concedida no dia 24 de março de 1900. Da mesma maneira,
persistiam ainda os
Cosmoramas como os de Frederico Cuorino, apresentados na galeria da Rua 15 de
Novembro, nº. 56 e com licença concedida a 14 de abril de 1900, ou o de Antônio Guimarães,
que se apresentou na então Rua de São João, nº. 33, por conta da licença concedida a 15 de outubro do
mesmo ano. Nos bairros, vale mencionar o Cosmorama de Carmine Sposito na antiga Rua dos Imigrantes, nº. 157
(atual Rua José Paulino, no Bom Retiro), que requereu e obteve a licença para funcionamento nos meses de
outubro e novembro de 1900. (Alvarás-Licença, volume 505, p. 60).
A série
Alvarás-Licença, como visto, guarda muitas referências sobre a história do cinema em
São Paulo e, para além de 1900, daremos um salto para 1908, época em que as solicitações para obtenção de
licenças já ganhavam um número, transformando-se, portanto, em processos. Conservados os seus originais,
hoje o pesquisador encontra muita facilidade para a sua consulta.
A seguir, daremos alguns exemplos dessas petições para a obtenção de licenças que foram encaminhadas,
em 1908, para a
1ª Seção de Polícia e Higiene. Naquela época, esta era a repartição responsável
pela análise das solicitações referentes aos
espetáculos públicos. Como nos demais exemplos,
aqui separamos apenas alguns casos para amostra. Atualmente, esses documentos encontram-se classificados no
grupo
Polícia Administrativa e Higiene.
Incluímos ainda alguns projetos (concretizados ou não), que nos informam a respeito de como eram concebidas
as salas de cinema de São Paulo entre os anos de 1912 a 1915.
Como podemos perceber através dessa amostragem, esses documentos se constituem numa valiosa fonte para a
história do cinema em São Paulo. Mas, eles não são os únicos, uma vez que finalizaremos este artigo com a
apresentação de um último conjunto documental denominado
Obras Particulares. Dispostos em ordem
cronológica e, a partir dela, classificados por endereço, esses documentos dizem respeito às construções,
reformas ou adaptações promovidas pela iniciativa privada. Constituído geralmente por uma petição e pelos
projetos arquitetônicos referentes à obra, neste conjunto encontramos diversas referências aos cinemas
que existiram na cidade nas primeiras décadas do século XX.
Luís Soares de Camargo
Seção Técnica de Manuscritos
Fontes
- SÃO PAULO (cidade). AHMWL. Fundo Câmara Municipal, série Atas da Câmara Municipal de São Paulo, volumes XXVII e XLIV.
- ______. Fundo Câmara Municipal, Série Alvarás e Licenças, volumes 502, 505 e 1853.
- ______. Fundo Câmara Municipal, Série Receita e Despesas do Tesouro, volume 1746.
- ______. Fundo Prefeitura, Série Alvarás e Licenças, Grupo Polícia Administrativa e Higiene, Caixas nºs: PAH 4 (1906) e PAH 28 (1908)
- ______. Fundo Prefeitura, Série Obras Particulares, Caixas nºs: 7 e R2 (1912), A1 (1913) e 02 (1915).
Bibliografia
- BARRO, Máximo. A primeira sessão de cinema em São Paulo. São Paulo: Ed. Tanz do Brasil, 1996.
- BERNARDET, Jean-Claude. Filmografia do cinema brasileiro 1900-1935. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1979.
- BRUNO, Ernani da Silva. História e tradições da cidade de São Paulo. São Paulo: Hucitec e Prefeitura do Município, 1983.
- MACHADO JR., Rubens. São Paulo e o seu cinema: para uma história das manisfestações cinematográficas
paulistanas (1899-1954). In: PORTA,
Paula (org.). História da cidade de São Paulo. São Paulo: Paz e Terra, 2004. v.2. p. 457-505.
- SOUZA, José Inácio de Melo. Imagens do passado – São Paulo e Rio de Janeiro nos primórdios do
cinema. São Paulo: Ed. Senac, 2004.
Sobre Jean Jacques Vioget veja:
Sobre imagens de antigos aparelhos veja: