Cem anos de imigração japonesa
O
Informativo Arquivo Histórico Municipal dedica esta edição ao tema da imigração japonesa,
em especial sua presença na cidade de São Paulo. Num breve panorama, os ensaios procuram destacar a chegada dos
primeiros migrantes que aqui se estabeleceram, suas marcas e contribuições para a história da cidade ao longo das primeiras décadas de
incorporação ao panorama sociocultural paulista.
Seria necessário apontar algumas contribuições relevantes sobre o tema editadas pelo
Revista do Arquivo
Municipal (1934). Artigos e ensaios revelam o trabalho desenvolvido pelo Departamento de Cultura (1935),
através de setores dedicados à estatística e documentação social, além de colaborações àquela publicação, como
edição do departamento e "órgão da Sociedade de Etnografia e Folclore e da Sociedade de Sociologia".
Entre esses artigos, listados na
Bibliografia temática, podemos destacar o ensaio
Casas e túmulos de
japoneses no Vale do Ribeira de Iguape (RAM, VII (77): 121-137, jun-jul.1941), analisando os traços e influências da
cultura japonesa na arquitetura vernácula, de autoria de Herbert Baldus e Emílio Williams, então membros da Escola de Sociologia e
Política de São Paulo.
Destacam-se dois ensaios de Oscar Egídio de Araújo, técnico de estatística do Departamento de Cultura, e
assistente também da ELSPSP, que enfocam a migração japonesa através de uma análise conjunta das principais correntes
migratórias para a capital paulista:
Enquistamentos étnicos (RAM, VI (65): 227-246, mar.1940) e
Latinos e não latinos no município de São Paulo (RAM, VII (75): 65-98, abr.1941).
Uma particular colaboração, publicada na edição 71, em outubro de 1940, pelo jovem jornalista Rubem Braga
(1913-1990) é o ensaio intitulado:
Conversa com japonês em Araçatuba. Adotando um formato peculiar,
entre reportagem e entrevista, num estilo pouco homogêneo, Braga apresenta um panorama da presença japonesa
na região noroeste do estado, contrastando as visões de um migrante com o de um brasileiro. Esta edição
apresenta a
íntegra desse texto do autor que será reconhecido anos depois como um dos principais cronistas da segunda metade do século XX.
Roteiro para leitura:
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