Oficina: Pesquisando os bairros do Bom Retiro e da Luz
A Oficina acima realizou-se nos dias 5 e 7 de maio próximo passado, na sede do Arquivo Histórico Municipal, com a participação do serviço educativo do AHMWL, em conjunto com o do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – 9ª SR/SP, e o da Fundação Energia e Saneamento.
Foi coordenada pela técnica do IPHAN Simone Scifone, da área de Educação Patrimonial, que solicitou a participação do AHMWL, pela importância do seu acervo para os professores das instituições escolares públicas e privadas da Região Luz/ Bom Retiro. O objetivo da Oficina era provocar questionamentos a respeito da formação dos dois bairros e fornecer subsídios para o professor orientar os trabalhos de pesquisa dos alunos, estimulando-os a participar do concurso a ser realizado pelo IPHAN no segundo semestre de 2007, com inscrições a partir de junho, através do e-mail
simonis.9sr@iphan.gov.br.
As atividades da Oficina foram definidas pelas três instituições organizadoras, pensando no professor e pretendendo atingir o maior número possível de participantes. Foram propostas quatro horas de atividades, que se repetiriam em dias e horários alternados, divididas em palestras e prática de pesquisa.
As palestras realizadas foram as seguintes:
- Documentos e Arquivos, proferida pela Arquivista Maria Blassioli Moraes.
- A formação dos bairros do Bom Retiro e da Luz, proferida pelo historiador Luís Soares de Camargo.
A pesquisa deu-se do seguinte modo:
Primeiramente, a documentação foi separada por tipos: documentos cartográficos (plantas da cidade),documentos iconográficos (fotografias), documentos primários impressos (Atas da Câmara) e fontes secundárias especializadas (bibliografia sobre a história da região). As plantas usadas pertencem ao acervo sob a guarda da Seção Técnica de Manuscritos, as Atas da Câmara, em sua forma publicada, e os demais livros, à Seção de Acervo Bibliográfico e as fotos, à Fundação da Energia.
Os professores foram orientados quanto ao uso do material e foram provocados a realizar exercícios de pesquisa no tocante ao nome das ruas paulistanas. Consultaram plantas da cidade e escolheram o nome das ruas próximas às escolas em que atuam. Na Seção de Denominação de Logradouros, tiveram acesso ao histórico dos nomes e às suas alterações toponímicas, com os decretos correspondentes. Um exemplo local foi a famosa Rua José Paulino, que em fins do século XIX recebeu o nome de Rua dos Imigrantes.
Confrontando plantas da cidade e imagens, puderam constatar a existência de elementos fotografados que, com o passar do tempo, deixaram de existir, como o bonde puxado a burros ou aspectos da paisagem urbana que remontam à época da formação dos bairros e ao início dos loteamentos.
fotos: Silvana Regina Giglio de Almeida
A avaliação das atividades feita pelos participantes foi bastante positiva e indicou que os objetivos propostos pela Oficina foram atingidos, com as seguintes observações:
- solicitaram outras experiências como essa;
- declararam que o conteúdo foi enriquecedor;
- que foi ampliado o conhecimento que tinham sobre o assunto
- e que lhes foi despertado o olhar investigativo.
Aguardamos sugestões de temas para futuras oficinas e já consideramos “Bom Retiro/Luz”como o primeiro tema. Os interessados podem entrar em contato com o Serviço Educativo do AHMWL via e-mail.
Pretendemos inspirar o espírito de pesquisa no público escolar e consideramos que o contato entre o aluno e o Arquivo deve ser intermediado pelo professor, conforme os PCN’s - Parâmetros Curriculares Nacionais, 1998, que definem o trabalho com documentos históricos como:
"um recurso didático que favorece o acesso dos alunos e inúmeras informações, interrogações, comparações e construção de relações históricas. Contudo, cabe ao professor saber dispor desse recurso no momento apropriado, ganhar experiência em conduzir os questionamentos, em solicitar contraposições, em destacar as contradições entre os dados internos às fontes ou obtidos em fontes diferentes.”
Para utilizar fontes documentais em situações de aprendizagem, o professor deve ter estabelecido os objetivos que pretende atingir com a atividade, escolher o momento adequado para introduzir o documento e orientar a sua exploração, levando em consideração o estágio de desenvolvimento dos alunos e preparar a turma previamente sobre os temas a serem trabalhados.
Na organização da visita dos alunos ao Arquivo se faz necessário um contato prévio do professor com o serviço educativo para organizar e selecionar os documentos, considerando a temática proposta, estabelecendo as atividades, os recursos e o tempo necessários para realização das mesmas.
Lembramos ainda que o trabalho interdisciplinar se torna mais interessante e proveitoso.
Silvana Regina Giglio de Almeida