PMSP/SMC/DPH
São Paulo, abril/junho de 2011
Ano 6 N.29 

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  • ESTUDOS & PESQUISAS
  • Hospitais paulistanos: do século XVI ao XIX


    Eudes Campos
    Pesquisador da
    Seção Técnica de Estudos e Pesquisas



    | Período Colonial | Primeiro Reinado | Segundo Reinado | Primeira República | Notas | Fontes |


    Primeiro Reinado: de 1822 a 1850

    Só após o restabelecimento da Capitania de São Paulo em 1765, com a chegada dos primeiros capitães-generais, começaram a ser tomadas na cidade as primeiras medidas influenciadas por um atenuado Iluminismo. Os governadores passaram a ocupar a provedoria da Santa Casa, para que pudessem com o peso de seu cargo político implementar as necessárias reformas na instituição36. Paralelamente a isso, no princípio do século XIX, introduziu-se em São Paulo a vacinação contra a varíola (1804) – atividade preventiva que até o advento da Primeira República nunca se mostrou muito eficiente – e começou-se a cogitar sobre a criação de cemitérios a céu aberto na cidade, conforme ordenavam as cartas régias de 1798 e 1801.

    Sabia-se então por experiência que o enterramento no interior dos templos provocava sérios problemas sanitários. Na França, por exemplo, as primeiras medidas contra os enterramentos nas igrejas datavam do final do Antigo Regime, remontando a 10 de março de 1776. Como em São Paulo tudo demorava a acontecer, o primeiro cemitério público da cidade, o da Consolação, só seria inaugurado inacabado, à beira da estrada de Sorocaba (Rua da Consolação), durante a epidemia de varíola de 1858.

    A criação de cemitérios no Brasil estava de fato ligada ao início da divulgação dos princípios neo-hipocráticos, que relacionavam diretamente a doença com o meio, quer físico quer social. A teoria miasmática, por exemplo, implicava na existência dos miasmas, emanações deletérias, voláteis e invisíveis, que levadas pelo vento ocasionavam um sem número de moléstias. Os pântanos e as águas paradas aquecendo-se ao sol, por exemplo, exalavam miasmas, responsáveis por sérias enfermidades; o mesmo acontecendo com qualquer matéria putrescível: o lixo e as carcaças de animais mortos atirados às ruas ou os cadáveres enterrados em covas rasas dentro das igrejas. A terra úmida também os liberava; penetrando pelas frestas do assoalho, as infectas exalações podiam ascender até os interiores das habitações e minar a saúde dos moradores. As latrinas avariadas eram outro foco de mórbidas emanações37. Como veremos adiante, foi durante o Segundo Reinado que a teoria dos miasmas passou a prevalecer, acarretando as primeiras conseqüências tanto para o espaço arquitetônico, como para o espaço urbano das cidades brasileiras.


    A sede do Hospital da Santa Casa, em 1825

    Depois da fundação do Hospital Militar, outros hospitais começaram a ser instituídos na cidade nos primeiros anos após da Independência. A recém-criada Província de São Paulo apresentava então discreto desenvolvimento econômico baseado no ciclo tropeiro e na exploração da lavoura do açúcar. A enfermaria da Misericórdia, por exemplo, atuante no século XVIII em pequenas casas situadas no centro da cidade, tivera seus imóveis requisitados pelo governo da Capitania e desde então não mais retomara as atividades. Agora, em 1825, por iniciativa do presidente da Província, também ocupando o cargo de provedor da Misericórdia, eram instalados o novo Hospital de Caridade e a Roda dos Expostos na sede da Chácara dos Ingleses, localizada na entrada da cidade à beira do Caminho do Mar e antes pertencente ao inglês João Rademaker
    38 (fig.4).

    Sede da Chácara dos Ingleses, 1823
    Fig.4 - Sede da Chácara dos Ingleses, onde a partir de 1825
    funcionaria o Hospital da Santo Casa.
    Aquarela de Edmond Pink, 1823.
    Acervo de Artes da Bovespa, São Paulo, Brasil.


    Fonte: Lago, Pedro Correa do. Iconografia paulistana no
    século XIX
    . São Paulo: Metalivros, 1998.

    O hospital da Misericórdia fora atraído para a zona sul da Capital em razão da presença do Cemitério dos Aflitos. Este, por sua vez, havia sido criado pela Mitra Diocesana em 1775 para o enterro de escravos, pobres e sentenciados à pena capital. Convém não esquecer que, desde os fins do século XVI, o patíbulo era tradicionalmente erguido no morro da Forca, hoje Largo da Liberdade, bem perto de onde foi erguida mais tarde a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, que ainda hoje existe, escondida no fundo da Rua dos Aflitos, travessa da Rua dos Estudantes. Como o hospital da Santa Casa atendia basicamente pobres e escravos, nada mais lógico, e prático, que se estabelecesse nas proximidades do local onde esses infelizes eram habitualmente enterrados. Poupava-se assim com o transporte de cadáveres, uma atribuição tradicional das Irmandades de Misericórdia desde a sua criação, no final do século XV em Portugal (1498).

    Na verdade, por séculos, a região sul de São Paulo concentrou praticamente todos os equipamentos poluidores e de desprestígio, senão perigosos, da cidade, dos quais as pessoas de posses procuravam a todo custo se afastar39. À forca e ao cemitério de indigentes se juntou em fins do século XVIII a Casa da Pólvora (1785), erguida no local em que hoje existe o largo do mesmo nome. A partir desse ponto, o depósito de munição impedia com sua presença que dentro de um círculo com determinado raio houvesse assentamento permanente por razões de segurança. E esse tipo de ocupação foi, a seguir, reforçado com a instalação do hospital da Santa Casa na Chácara dos Ingleses e depois, confirmado, com a transferência do hospital para a futura Rua da Glória (1840). A mudança do hospital para o Arouche em 1884 (com a consequente adaptação do hospital da Glória para Asilo de Mendicidade) e o loteamento do cemitério dos Aflitos em 1886 não conseguiram reverter uma tendência já tão antiga, ficando o bairro da Liberdade para sempre marcado por uma ocupação de certo desprestígio social.


    A nova sede do Hospital da Santa Casa, construída entre 1832 e 1840

    A casa da antiga Chácara dos Ingleses consistia num sobrado de características aparentemente urbanas, com cinco vãos em cada nível da fachada. Chegou a ser habitada pela futura Marquesa de Santos (1797-1867) na época em que conheceu o príncipe D. Pedro (1798-1834), entre 1817 e 1822. Não tinha, contudo, condições para acolher um hospital. Por isso, em 1832, o Marechal de Campo Daniel Pedro Müller (1785-1841), engenheiro militar de origem portuguesa, foi instado a apresentar um risco para a nova sede do nosocômio da Santa Casa
    40. Para não se afastar muito do Cemitério dos Aflitos, o novo hospital foi erguido num canto nada distante da antiga sede, dentro dos terrenos da mesma chácara. Conduzir os doentes falecidos à sua última morada continuou, portanto, sendo uma tarefa fácil de cumprir para os funcionários do hospital, pois bastava que atravessassem a rua para alcançar o cemitério de indigentes.

    A edificação destinada ao novo hospital da Santa Casa, inaugurada em 1840, não apresentava, porém, qualidades muito superiores às da sede anterior. Talvez sua única grande vantagem fosse o fato de se desenvolver num único pavimento, pois essa característica certamente facilitava a execução das tarefas rotineiras do hospital.

    Müller nessa época era tido como um engenheiro de destaque. Na verdade, era o último dos engenheiros militares portugueses atuantes em São Paulo, responsável por estabelecer a ligação entre a tradição engenheril lusitana e os engenheiros práticos brasileiros formados no Gabinete Topográfico, onde havia uma escola por ele criada em 183641.

    Poucas são as informações existentes sobre esse estabelecimento hospitalar, situado na futura Rua da Glória. Durante anos as suas instalações foram elogiadas, mas um relatório de 1875, da autoria do Dr. Antônio Caetano de Campos (1844-1891), revelou a verdadeira situação calamitosa da instituição42.

    Pela ilustração que contemplamos aqui, de autoria de Augusto Esteves (fig. 5), constatamos tratar-se de um tosco casarão de taipa, protegido por ampla cobertura de telhas de capa e canal. O frontispício ostentava seis janelas de verga reta, bem espaçadas, e uma larga porta descentralizada arrematada com arco pleno, a trair uma das primeiras influências do Neoclassicismo cortesão na cidade de São Paulo. A planta cadastral de 1881 mostra-nos a projeção horizontal de um edifício que agregara vários imóveis vizinhos e, pela leitura do relatório de 1875, inferimos que o programa de necessidades original talvez incluísse portaria, salão de entrada, duas salas contiguas, capela, e 40 leitos, provavelmente distribuídos em duas enfermarias, uma para cada sexo. As latrinas eram certamente de tipo tradicional, com fossa negra, e a água, fornecida por um poço, que ficava localizado decerto à distância segura das latrinas no fundo do quintal43.

    Sede da Chácara dos Ingleses, 1823
    Fig.5 - Sede da hospital da Santa Casa na futura Rua da Glória, inaugurado em 1840, segundo planta do engenheiro português Marechal Daniel Pedro Müller (c. 1785-1841).
    Bico de pena de Augusto Esteves, 1943.


    Fonte: Imagem do acervo do Arquivo de Negativos,
    DIM, DPH, SMC, da Prefeitura da Cidade de São Paulo.

    Ao mesmo tempo em que se criavam o novo hospital de caridade e a Roda na sede da Chácara dos Ingleses em 1825, foram estabelecidos pelo governo da Província o Seminário da Glória, para meninas, e o de Santana, para meninos. Essas instituições estavam atreladas à importante questão da infância desamparada, até então ignorada na Capital e na Província de São Paulo. Com a Roda, a Santa Casa passava a receber crianças enjeitadas, depois transferidas, aos sete anos de idade, para os citados seminários, onde eram cuidadas e educadas, até as moças “tomarem estado”, ou seja, se casarem, e os moços arranjarem emprego44.


    Outros hospitais do período: da Ordem Terceira do Carmo, dos Lázaros e dos Alienados

    Em 1831, a Ordem Terceira do Carmo decidiu criar igualmente um hospital num prédio construído no fundo de sua igreja na Rua do Carmo
    45. Edifício mais tarde ocupado pelo hospital do Corpo Policial dos Permanentes46. Como todos os estabelecimentos hospitalares da época, o da Ordem Terceira do Carmo foi erguido por motivos filantrópicos. Apenas os pobres (no caso do hospital da Ordem Terceira do Carmo, membros pobres da confraria menor) e, no caso do hospital da Misericórdia, além de pessoas pobres, também os escravos, eram admitidos nesses nosocômios. Os desvalidos eram aceitos não para serem tratados e curados propriamente, mas para que não sucumbissem às doenças que os acometiam, de maneira indigna e completamente desassistida. Sendo precários os tratamentos ministrados nos hospitais, a mortalidade nessas instituições atingia níveis altíssimos. Enquanto isso, as pessoas de recursos, que ficavam acamadas em casa, com escravos à volta, sob cuidados médicos e sob a supervisão de parentes próximos, tinham decerto maiores chances de cura.

    No século XIX já eram comuns médicos estrangeiros em São Paulo, alguns dos quais bem conhecidos. Os remédios eram caros, por isso logo apareceram os primeiros facultativos receitando homeopatia47, tratamento que, saindo mais em conta, atraía sobretudo os doentes de parcos recursos. Por vezes, os profissionais da medicina tentavam uma recuperação, prescrevendo mudança de ares aos doentes. Iam então os atacados de males habitar em chácaras nos arredores da cidade, na, muitas vezes, vã esperança de que o ar puro do campo lhes devolvesse a saúde perdida48.

    Na primeira metade do oitocentismo, ainda seria criado o hospital dos Lázaros, ou antes um abrigo para leprosos, por iniciativa do governador Franca e Horta49. Em 1802, o governador adquiriu do convento da Luz um remoto terreno chamado da Olaria, toponímia que remontava ao século XVII, em razão de uma olaria construída na região do Guaré por Salvador Pires, conhecido construtor ativo na São Paulo de Piratininga quinhentista. O terreno foi doado pelo governador à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia que aí ergueu, mediante donativos, uma construção paupérrima, descrita em 1833 como não sendo nem forrada nem assoalhada. Tratava-se de dois correres de cubículos separados por um muro. Um deles destinados aos homens e o outro às mulheres. A situação era tão crítica que não havia no local nem leitos nem roupas. Foi nesse reduto miserável que passaram a ser confinados os doentes de lepra que perambulavam pela cidade e, mais tarde, segundo Laima Mesgravis50, os de toda a Província, em número muito superior à capacidade do lugar. Deve ter sido reedificado algumas vezes, porém sem nunca perder a aparência de extrema precariedade, assemelhando-se antes a um casebre descuidado. Em 1900 era descrito como uma casa baixa, “de construção antiqüíssima”, muito arruinada, tendo o aspecto de uma senzala das antigas fazendas. Em 1899, tinha 17 enfermos. Possuía uma capelinha dedicada a São Lázaro e esperava-se a remoção dos doentes para outro local51. Só foi desativado em 1901, quando foram os hansenianos transferidos para o bairro do Guapira52 (figs. 6 e 7).

    Reconstituição do Hospital dos Leprosos, em fins do século XIX

    Reconstituição do Hospital dos Leprosos, em fins do século XIX
    Fig.6 e 7 - Reconstituição do Hospital dos Leprosos, em fins do século XIX (planta e perspectiva), segundo Roberto Grünwald, sem data.

    Fonte: SÃO PAULO (Estado). Assembléia Legislativa. SÃO PAULO: A imperial Cidade e a Assembléia Legislativa Provincial. São Paulo: Divisão do Arquivo Histórico, 2005.

    Dessa mesma época provém também a criação do hospital de loucos. Em 1849 o governo provincial pressionou para que a Santa Casa se encarregasse desses doentes, que até recentemente eram confinados e acorrentados em celas imundas na cadeia pública municipal. A irmandade rejeitou a proposta, afirmando que, conforme rezava a lei, os loucos estavam sob proteção do Juizado de Órfãos53. Viu-se então o governo provincial constrangido a resolver o problema dos alienados, assumindo a responsabilidade pela criação de um hospício para esse gênero de doentes. A nova construção foi instalada num terreno da Rua São João, esquina da Rua Aurora, em 1852. Quatro anos mais tarde, porém, já necessitava reparos. Em 1856, o arquiteto-medidor alferes José Porfírio de Lima (c.1810-1887) apresentava uma proposta de reforma do hospício. Pela planta até hoje existente, conservada no Arquivo Público do Estado, constatamos que o hospital era basicamente formado por um sobrado e alguns anexos. Uma longa galeria com 16 cubículos assoalhados, de taipa de pilão e pau-a-pique, com entradas protegidas por um alpendre, estava sendo então proposta pelo engenheiro prático Porfírio para a complementação do estabelecimento. Pelo que podemos observar na planta não estava sendo sugerido nada muito distante de uma espécie de senzala54 (fig.8). Ameaçando ruína, foi descrito em 1862 como muitíssimo acanhado, sendo formado por uma casa de sobrado, onde no pavimento superior havia cinco salas, das quais a maior era destinada à administração, e as quatro restantes, pequenas, habitadas por alienados pacíficos. No térreo havia varanda (palavra talvez usada na acepção de sala de jantar), três quartos maiores, dos quais um servindo de despensa, e sete cubículos escuros e abafados, onde sem dúvida ficavam trancafiados os loucos furiosos. Num dos lados havia um telheiro, em que funcionava a cozinha55.

    Hospital dos Alienados, proposta de reforma, 1856
    Fig.8 - Hospital dos Alienados, na Rua de São João.
    Proposta de reforma de suas instalações, de autoria do arquiteto-medidor
    alferes José Porfírio de Lima (c.1810-1887), datada de 1856
    .

    Acervo Arquivo Público do Estado de São Paulo.

    No mesmo ano de 1862, o hospital de loucos foi transferido para a sede da Chácara do Fonseca. O prédio, anteriormente adquirido pelo governo provincial para receber o Seminário de Educandas da Glória, seria agora ocupado pelo Hospital de Alienados.

    A construção possuía originalmente um único lanço. Embora de grandes proporções (25 vãos de extensão no segundo pavimento da fachada), o hospício a partir de sua instalação nunca deixou de estar em contínuo aumento. Em 1870, foi empreendida uma profunda reforma interna na parte principal da construção. Dessa intervenção se conservam ainda muitos traços: amplas portas de arco pleno e molduras internas, que revelam a influência de um rude Neoclassicismo.

    No tempo do Presidente João Teodoro Xavier de Matos (1828-1878), em 1874, durante a abertura da Rua do Hospício, a cargo da Câmara Municipal e executada com recursos provinciais, aproveitou-se para arrasar o monte que se erguia fronteiro à construção, o antigo Morro do Saibro ou da Tabatinguera, e abrir um largo no local, com a justificativa de que a elevação, muito próxima da fachada do manicômio, o tornava insalubre, úmido e sombrio56. Ao longo dos anos 1870, 80 e 90, duas outras alas seriam erguidas, formando um enorme edifício com gigantesco pátio central. A ala da direita seria ocupada pelas mulheres e a esquerda pelos homens (figs. 9 e 10).

    Detalhe da planta da cidade de São Paulo, 1881
    Fig.9 - Detalhe da planta da cidade de São Paulo, executada pela
    Companhia Cantareira e Esgotos, datada de 1881. Cópia do século XX.
    No pormenor vê-se a projeção horizontal do Hospital dos Alienados,
    na Várzea do Carmo, com a ala lateral esquerda já construída.


    Fonte: <http://www.arquiamigos.org.br/info/info20/i-1881.htm>

    Detalhe da planta da cidade de São Paulo, 1897
    Fig.10 - Detalhe da planta da cidade de São Paulo datada de 1897.
    No pormenor vê-se a projeção horizontal do Hospital dos Alienados,
    na Várzea do Carmo, com ambas as alas laterais concluidas.


    Fonte: <http://www.arquiamigos.org.br/info/info20/i-1897.htm>

    Na frente ficavam a capela, a sala da administração, a sala da arrecadação, os dormitórios e a sala de visitas, onde se encontrava o retrato de Frederico Alvarenga, administrador do hospício por 28 anos (a rua do antigo hospital leva hoje o seu nome).

    Em fins do século XIX, existia um prédio alugado defronte ao hospício habitado por 22 mulheres loucas. No prédio principal, viviam 423 pacientes, sendo 209 homens e 214 mulheres. No hospício eram mantidos os loucos furiosos e alguns convalescentes, sendo mais tarde transportados para a colônia do Juquerí os doentes homens que estavam em condições de trabalhar57.

    O Hospital dos Alienados manteve-se no edifício da antiga Rua do Hospício até 1903, sendo transferido então para as modernas instalações do hospício do Juqueri. A seguir, o prédio foi ocupado pela Guarda Cívica da Capital58, depois chamada Guarda Civil, pela 7.ª Cia. de Guardas do II Exército e pelo 2.º Batalhão de Guardas, que sucedeu a companhia anteriormente mencionada. Desde 1995, o local pertence ao 3º Batalhão da Polícia de Choque do Estado de São Paulo. É com profundo desgosto que constatamos que uma construção de tão amplas proporções, com mais de 160 anos de idade e tombada pelo órgão de preservação cultural de nível estadual desde 1981, esteja hoje desocupada e em avançado estado de ruína (fig.11).

    Aspecto externo atual do edifício do antigo Hospício dos Alienados
    Fig.11 - Aspecto externo atual do edifício do antigo Hospício dos Alienados,
    no Parque D. Pedro II.


    Foto: Ricardo Mendes


    Continua > Segundo Reinado




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    Para citação adote:

    CAMPOS, Eudes. Hospitais paulistanos: do século XVI ao XIX.
    INFORMATIVO ARQUIVO HISTÓRICO DE SÃO PAULO, 6 (29): abr/jun.2011. <http://www.arquivohistorico.sp.gov.br>

     
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