Como exemplo, na fase inicial definiu-se como plataforma de trabalho um micro computador com processador Pentium 4, clock de 3.07 GHz, memória RAM 512 Mb, recursos onboard, memória de vídeo compartilhado de 64 Mb, HD de 80Gb e plataforma Windows XP Home Edition. Num segundo momento do projeto, a memória Ram foi expandida para 1Gb e adotado o recurso de área de trabalho expandida com dois monitores. Para os padrões da instituição o padrão inicial era superior mesmo à média do parque instalado, embora estivesse sido atualizado recentemente e o padrão do mercado para consumidor médio fosse já superior ao padrão adotado. Volta Uma memória de trabalho, não atualizada, está disponível no hotsite do projeto, hospedado em: <www.arquiamigos.org.br/modelagem> Volta Planta cadastral da cidade de São Paulo – Sé. São Paulo: 1893. Escala 1:2000. Volta Como parte de treinamento da estagiária de arquitetura Adriana Marto Braz, que desenvolveu os dois últimos modelos, foi elaborado um modelo de trabalho reduzido a partir do projeto para o Cine Odeon (1912), construção não edificada de pequeno porte, proposta para terreno na Avenida Rangel Pestana nº 139. Volta Para saber mais, visite o site do evento: <www.arquiamigos.org.br/seminario3d/index.html>. O evento contou com a participação de André de Souza Parente, Arivaldo Leão Amorim, Carla Feitas Pacheco Pereira, Fábio de Almeida, Fernando Freitas Fuão, Giselle Beiguelman, Isabel Amalia Medero Rocha, Jesus de Paula Assis, José dos Santos Cabral Filho, José Ripper Kós, Marcelo Knörich Zuffo, Marcos Fernandez Cuzziol, Norval Baitello Junior, Regina Andrade Tirello, Ricardo Ribenboim, Ricardo Mendes, Romero Tori e Ulpiano T. Bezerra de Menezes. Volta A equipe do Projeto Modelagem contou com os estagiários de arquitetura Leonardo Capelossi Caramori (2006-2007) e Adriana Marto Braz (2008-2010) sob coordenação do arquiteto Ricardo Mendes. O seminário teve ainda o suporte da assessora da diretoria Silvia Maria Galdino Bezerra Lima e do estagiário de história Arthur Henrique do Patrocínio. Volta A edição nº 15 do boletim eletrônico institucional Informativo AHMWL, de novembro/dezembro de 2007 teve como tema Salas de cinema da primeira época: 1900-1930. O informativo apresenta um panorama sobre os projetos identificados naquele momento, avalia a legislação municipal relativa a salas de cinema e registra a modelagem do República em andamento. Disponível em: <www.arquivohistorico.sp.gov.br>. O Arquivo Histórico de São Paulo recebeu ainda, entre 2008 e 2009, o pesquisador José Inácio de Melo Souza, que desenvolveu o projeto de pós-doutorado, com apoio do CNPq: Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica da Cidade de São Paulo (1895-1929). O projeto estabeleceu o mais extenso panorama sobre salas de cinema e locais de exibição cinematográfica na cidades sobre o período mudo; entre outros produtos, consulte a base de dados disponível no site Arquiamigos <www.arquiamigos.org.br> (link Projetos especiais). Volta Quase similar, veja também anúncio na véspera: Skating Palace. O Estado de S. Paulo, 27.12.1912, p.12. Araújo (1981, p.317) menciona artigo, sem identificá-lo, que destaca os mesmos aspectos – pista em tríplice assoalho e extensa equipe, mas inclui reclamação sobre os altos preços cobrados pelo “bar americano”. Como escreve Araújo, “um cálice de vinho do Porto, por exemplo, que em qualquer botequim da cidade bebia-se a 500 réis, lá custava 1$000.” Volta Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Uma memória de trabalho, não atualizada, está disponível no hotsite do projeto, hospedado em: <www.arquiamigos.org.br/modelagem> Volta Planta cadastral da cidade de São Paulo – Sé. São Paulo: 1893. Escala 1:2000. Volta Como parte de treinamento da estagiária de arquitetura Adriana Marto Braz, que desenvolveu os dois últimos modelos, foi elaborado um modelo de trabalho reduzido a partir do projeto para o Cine Odeon (1912), construção não edificada de pequeno porte, proposta para terreno na Avenida Rangel Pestana nº 139. Volta Para saber mais, visite o site do evento: <www.arquiamigos.org.br/seminario3d/index.html>. O evento contou com a participação de André de Souza Parente, Arivaldo Leão Amorim, Carla Feitas Pacheco Pereira, Fábio de Almeida, Fernando Freitas Fuão, Giselle Beiguelman, Isabel Amalia Medero Rocha, Jesus de Paula Assis, José dos Santos Cabral Filho, José Ripper Kós, Marcelo Knörich Zuffo, Marcos Fernandez Cuzziol, Norval Baitello Junior, Regina Andrade Tirello, Ricardo Ribenboim, Ricardo Mendes, Romero Tori e Ulpiano T. Bezerra de Menezes. Volta A equipe do Projeto Modelagem contou com os estagiários de arquitetura Leonardo Capelossi Caramori (2006-2007) e Adriana Marto Braz (2008-2010) sob coordenação do arquiteto Ricardo Mendes. O seminário teve ainda o suporte da assessora da diretoria Silvia Maria Galdino Bezerra Lima e do estagiário de história Arthur Henrique do Patrocínio. Volta A edição nº 15 do boletim eletrônico institucional Informativo AHMWL, de novembro/dezembro de 2007 teve como tema Salas de cinema da primeira época: 1900-1930. O informativo apresenta um panorama sobre os projetos identificados naquele momento, avalia a legislação municipal relativa a salas de cinema e registra a modelagem do República em andamento. Disponível em: <www.arquivohistorico.sp.gov.br>. O Arquivo Histórico de São Paulo recebeu ainda, entre 2008 e 2009, o pesquisador José Inácio de Melo Souza, que desenvolveu o projeto de pós-doutorado, com apoio do CNPq: Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica da Cidade de São Paulo (1895-1929). O projeto estabeleceu o mais extenso panorama sobre salas de cinema e locais de exibição cinematográfica na cidades sobre o período mudo; entre outros produtos, consulte a base de dados disponível no site Arquiamigos <www.arquiamigos.org.br> (link Projetos especiais). Volta Quase similar, veja também anúncio na véspera: Skating Palace. O Estado de S. Paulo, 27.12.1912, p.12. Araújo (1981, p.317) menciona artigo, sem identificá-lo, que destaca os mesmos aspectos – pista em tríplice assoalho e extensa equipe, mas inclui reclamação sobre os altos preços cobrados pelo “bar americano”. Como escreve Araújo, “um cálice de vinho do Porto, por exemplo, que em qualquer botequim da cidade bebia-se a 500 réis, lá custava 1$000.” Volta Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Planta cadastral da cidade de São Paulo – Sé. São Paulo: 1893. Escala 1:2000. Volta Como parte de treinamento da estagiária de arquitetura Adriana Marto Braz, que desenvolveu os dois últimos modelos, foi elaborado um modelo de trabalho reduzido a partir do projeto para o Cine Odeon (1912), construção não edificada de pequeno porte, proposta para terreno na Avenida Rangel Pestana nº 139. Volta Para saber mais, visite o site do evento: <www.arquiamigos.org.br/seminario3d/index.html>. O evento contou com a participação de André de Souza Parente, Arivaldo Leão Amorim, Carla Feitas Pacheco Pereira, Fábio de Almeida, Fernando Freitas Fuão, Giselle Beiguelman, Isabel Amalia Medero Rocha, Jesus de Paula Assis, José dos Santos Cabral Filho, José Ripper Kós, Marcelo Knörich Zuffo, Marcos Fernandez Cuzziol, Norval Baitello Junior, Regina Andrade Tirello, Ricardo Ribenboim, Ricardo Mendes, Romero Tori e Ulpiano T. Bezerra de Menezes. Volta A equipe do Projeto Modelagem contou com os estagiários de arquitetura Leonardo Capelossi Caramori (2006-2007) e Adriana Marto Braz (2008-2010) sob coordenação do arquiteto Ricardo Mendes. O seminário teve ainda o suporte da assessora da diretoria Silvia Maria Galdino Bezerra Lima e do estagiário de história Arthur Henrique do Patrocínio. Volta A edição nº 15 do boletim eletrônico institucional Informativo AHMWL, de novembro/dezembro de 2007 teve como tema Salas de cinema da primeira época: 1900-1930. O informativo apresenta um panorama sobre os projetos identificados naquele momento, avalia a legislação municipal relativa a salas de cinema e registra a modelagem do República em andamento. Disponível em: <www.arquivohistorico.sp.gov.br>. O Arquivo Histórico de São Paulo recebeu ainda, entre 2008 e 2009, o pesquisador José Inácio de Melo Souza, que desenvolveu o projeto de pós-doutorado, com apoio do CNPq: Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica da Cidade de São Paulo (1895-1929). O projeto estabeleceu o mais extenso panorama sobre salas de cinema e locais de exibição cinematográfica na cidades sobre o período mudo; entre outros produtos, consulte a base de dados disponível no site Arquiamigos <www.arquiamigos.org.br> (link Projetos especiais). Volta Quase similar, veja também anúncio na véspera: Skating Palace. O Estado de S. Paulo, 27.12.1912, p.12. Araújo (1981, p.317) menciona artigo, sem identificá-lo, que destaca os mesmos aspectos – pista em tríplice assoalho e extensa equipe, mas inclui reclamação sobre os altos preços cobrados pelo “bar americano”. Como escreve Araújo, “um cálice de vinho do Porto, por exemplo, que em qualquer botequim da cidade bebia-se a 500 réis, lá custava 1$000.” Volta Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Como parte de treinamento da estagiária de arquitetura Adriana Marto Braz, que desenvolveu os dois últimos modelos, foi elaborado um modelo de trabalho reduzido a partir do projeto para o Cine Odeon (1912), construção não edificada de pequeno porte, proposta para terreno na Avenida Rangel Pestana nº 139. Volta Para saber mais, visite o site do evento: <www.arquiamigos.org.br/seminario3d/index.html>. O evento contou com a participação de André de Souza Parente, Arivaldo Leão Amorim, Carla Feitas Pacheco Pereira, Fábio de Almeida, Fernando Freitas Fuão, Giselle Beiguelman, Isabel Amalia Medero Rocha, Jesus de Paula Assis, José dos Santos Cabral Filho, José Ripper Kós, Marcelo Knörich Zuffo, Marcos Fernandez Cuzziol, Norval Baitello Junior, Regina Andrade Tirello, Ricardo Ribenboim, Ricardo Mendes, Romero Tori e Ulpiano T. Bezerra de Menezes. Volta A equipe do Projeto Modelagem contou com os estagiários de arquitetura Leonardo Capelossi Caramori (2006-2007) e Adriana Marto Braz (2008-2010) sob coordenação do arquiteto Ricardo Mendes. O seminário teve ainda o suporte da assessora da diretoria Silvia Maria Galdino Bezerra Lima e do estagiário de história Arthur Henrique do Patrocínio. Volta A edição nº 15 do boletim eletrônico institucional Informativo AHMWL, de novembro/dezembro de 2007 teve como tema Salas de cinema da primeira época: 1900-1930. O informativo apresenta um panorama sobre os projetos identificados naquele momento, avalia a legislação municipal relativa a salas de cinema e registra a modelagem do República em andamento. Disponível em: <www.arquivohistorico.sp.gov.br>. O Arquivo Histórico de São Paulo recebeu ainda, entre 2008 e 2009, o pesquisador José Inácio de Melo Souza, que desenvolveu o projeto de pós-doutorado, com apoio do CNPq: Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica da Cidade de São Paulo (1895-1929). O projeto estabeleceu o mais extenso panorama sobre salas de cinema e locais de exibição cinematográfica na cidades sobre o período mudo; entre outros produtos, consulte a base de dados disponível no site Arquiamigos <www.arquiamigos.org.br> (link Projetos especiais). Volta Quase similar, veja também anúncio na véspera: Skating Palace. O Estado de S. Paulo, 27.12.1912, p.12. Araújo (1981, p.317) menciona artigo, sem identificá-lo, que destaca os mesmos aspectos – pista em tríplice assoalho e extensa equipe, mas inclui reclamação sobre os altos preços cobrados pelo “bar americano”. Como escreve Araújo, “um cálice de vinho do Porto, por exemplo, que em qualquer botequim da cidade bebia-se a 500 réis, lá custava 1$000.” Volta Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Para saber mais, visite o site do evento: <www.arquiamigos.org.br/seminario3d/index.html>. O evento contou com a participação de André de Souza Parente, Arivaldo Leão Amorim, Carla Feitas Pacheco Pereira, Fábio de Almeida, Fernando Freitas Fuão, Giselle Beiguelman, Isabel Amalia Medero Rocha, Jesus de Paula Assis, José dos Santos Cabral Filho, José Ripper Kós, Marcelo Knörich Zuffo, Marcos Fernandez Cuzziol, Norval Baitello Junior, Regina Andrade Tirello, Ricardo Ribenboim, Ricardo Mendes, Romero Tori e Ulpiano T. Bezerra de Menezes. Volta A equipe do Projeto Modelagem contou com os estagiários de arquitetura Leonardo Capelossi Caramori (2006-2007) e Adriana Marto Braz (2008-2010) sob coordenação do arquiteto Ricardo Mendes. O seminário teve ainda o suporte da assessora da diretoria Silvia Maria Galdino Bezerra Lima e do estagiário de história Arthur Henrique do Patrocínio. Volta A edição nº 15 do boletim eletrônico institucional Informativo AHMWL, de novembro/dezembro de 2007 teve como tema Salas de cinema da primeira época: 1900-1930. O informativo apresenta um panorama sobre os projetos identificados naquele momento, avalia a legislação municipal relativa a salas de cinema e registra a modelagem do República em andamento. Disponível em: <www.arquivohistorico.sp.gov.br>. O Arquivo Histórico de São Paulo recebeu ainda, entre 2008 e 2009, o pesquisador José Inácio de Melo Souza, que desenvolveu o projeto de pós-doutorado, com apoio do CNPq: Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica da Cidade de São Paulo (1895-1929). O projeto estabeleceu o mais extenso panorama sobre salas de cinema e locais de exibição cinematográfica na cidades sobre o período mudo; entre outros produtos, consulte a base de dados disponível no site Arquiamigos <www.arquiamigos.org.br> (link Projetos especiais). Volta Quase similar, veja também anúncio na véspera: Skating Palace. O Estado de S. Paulo, 27.12.1912, p.12. Araújo (1981, p.317) menciona artigo, sem identificá-lo, que destaca os mesmos aspectos – pista em tríplice assoalho e extensa equipe, mas inclui reclamação sobre os altos preços cobrados pelo “bar americano”. Como escreve Araújo, “um cálice de vinho do Porto, por exemplo, que em qualquer botequim da cidade bebia-se a 500 réis, lá custava 1$000.” Volta Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
A equipe do Projeto Modelagem contou com os estagiários de arquitetura Leonardo Capelossi Caramori (2006-2007) e Adriana Marto Braz (2008-2010) sob coordenação do arquiteto Ricardo Mendes. O seminário teve ainda o suporte da assessora da diretoria Silvia Maria Galdino Bezerra Lima e do estagiário de história Arthur Henrique do Patrocínio. Volta A edição nº 15 do boletim eletrônico institucional Informativo AHMWL, de novembro/dezembro de 2007 teve como tema Salas de cinema da primeira época: 1900-1930. O informativo apresenta um panorama sobre os projetos identificados naquele momento, avalia a legislação municipal relativa a salas de cinema e registra a modelagem do República em andamento. Disponível em: <www.arquivohistorico.sp.gov.br>. O Arquivo Histórico de São Paulo recebeu ainda, entre 2008 e 2009, o pesquisador José Inácio de Melo Souza, que desenvolveu o projeto de pós-doutorado, com apoio do CNPq: Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica da Cidade de São Paulo (1895-1929). O projeto estabeleceu o mais extenso panorama sobre salas de cinema e locais de exibição cinematográfica na cidades sobre o período mudo; entre outros produtos, consulte a base de dados disponível no site Arquiamigos <www.arquiamigos.org.br> (link Projetos especiais). Volta Quase similar, veja também anúncio na véspera: Skating Palace. O Estado de S. Paulo, 27.12.1912, p.12. Araújo (1981, p.317) menciona artigo, sem identificá-lo, que destaca os mesmos aspectos – pista em tríplice assoalho e extensa equipe, mas inclui reclamação sobre os altos preços cobrados pelo “bar americano”. Como escreve Araújo, “um cálice de vinho do Porto, por exemplo, que em qualquer botequim da cidade bebia-se a 500 réis, lá custava 1$000.” Volta Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
A edição nº 15 do boletim eletrônico institucional Informativo AHMWL, de novembro/dezembro de 2007 teve como tema Salas de cinema da primeira época: 1900-1930. O informativo apresenta um panorama sobre os projetos identificados naquele momento, avalia a legislação municipal relativa a salas de cinema e registra a modelagem do República em andamento. Disponível em: <www.arquivohistorico.sp.gov.br>. O Arquivo Histórico de São Paulo recebeu ainda, entre 2008 e 2009, o pesquisador José Inácio de Melo Souza, que desenvolveu o projeto de pós-doutorado, com apoio do CNPq: Inventário dos espaços de sociabilidade cinematográfica da Cidade de São Paulo (1895-1929). O projeto estabeleceu o mais extenso panorama sobre salas de cinema e locais de exibição cinematográfica na cidades sobre o período mudo; entre outros produtos, consulte a base de dados disponível no site Arquiamigos <www.arquiamigos.org.br> (link Projetos especiais). Volta Quase similar, veja também anúncio na véspera: Skating Palace. O Estado de S. Paulo, 27.12.1912, p.12. Araújo (1981, p.317) menciona artigo, sem identificá-lo, que destaca os mesmos aspectos – pista em tríplice assoalho e extensa equipe, mas inclui reclamação sobre os altos preços cobrados pelo “bar americano”. Como escreve Araújo, “um cálice de vinho do Porto, por exemplo, que em qualquer botequim da cidade bebia-se a 500 réis, lá custava 1$000.” Volta Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Quase similar, veja também anúncio na véspera: Skating Palace. O Estado de S. Paulo, 27.12.1912, p.12. Araújo (1981, p.317) menciona artigo, sem identificá-lo, que destaca os mesmos aspectos – pista em tríplice assoalho e extensa equipe, mas inclui reclamação sobre os altos preços cobrados pelo “bar americano”. Como escreve Araújo, “um cálice de vinho do Porto, por exemplo, que em qualquer botequim da cidade bebia-se a 500 réis, lá custava 1$000.” Volta Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Atual sede da Secretaria da Educação do Estado, que já ocupa o edifício desde 1979 (cf. página oficial <www.educacao.sp.gov.br>. Volta RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
RINK IMPERIAL. A Província de São Paulo, 11.10.1878, p.3. Volta Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Araújo (1981, p.321) menciona também tal ocorrência, embora fique claro que era um denominador utilizado por estabelecimentos anteriores, como citado neste ensaio. Acrescenta, porém, trecho de propaganda do mesmo, sem dados adicionais, esclarecedor sob o estatuto da atividade: “Patinação, o mais higiênico e elegante dos esportes”. Volta O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
O requerimento, como usual no período, não apresenta número de protocolo ou processo. O documento integra o Fundo Prefeitura do Município de São Paulo, Grupo Diretoria de Obras e Viação, Série Obras Particulares, como referência provisória 1911 - Caixa R1 – doc.74. Volta Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Praça da República nº 46 e Rua Aurora nº 139, conforme o requerimento inicial. Volta Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Conforme Araújo (1981, p.313), A empresa, formada com capital de 600 contos de réis, tinha por objetivo a construção e exploração do Skating Palace. Contava como incorporadores Evaristo da Veiga, presidente, Rollin, José Rossi, Asdrúbal do Nascimento, Baruel, Nicolau Hutschjler e A. Zerrener, pela Cia. Antártica. Volta Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Anotação à página 2, em 2 de agosto de 1911, que aponta ainda outras soluções de porte similar na cidade como as presentes na Estação da Luz e na Casa Martinico, na praça Antonio Prado. Volta “Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
“Tendo como objectivo principal a exploração da industria da cinematographia, varios conceituados cavalheiros e capitalistas nesta capital constituiram-se recentemente em sociedade, que recebeu a denominação de Sociedade Cinematographica Paulista Limitada. Dessa agremiação fazem parte os srs. dr. Mario Amaral, que assumiu o cargo de director, [Feliciano] Lebre de Mello Sobrinho, que ficou com o de thesoureiro, João de Quadros Junior a quem coube a gerencia e direcção technica e os srs coronel Lupercio Teixeira de Camargo, commendador Eduardo [Freire], Armando dos Santos Bar[bosa], Antonio [Cerveira] de Mello e dr. Duarte Silva.” (Cine-Theatro Republica. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.4) Referências à empresa surgem anteriormente na imprensa como: Cine-Theatro Republica. A Cigarra, (174): [41], 15.12.1912. Volta Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 34.608/21. Volta A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
A lei foi regulamentada pelo ato nº 983, de 21 de setembro do mesmo ano. Sua proposição data de 1913, mas apenas em janeiro de 1915 com incêncio no antigo Polytheama, no Anhangabaú, a Câmara daria continuidade às discussões. Salas de exibição anteriores a ela receberam sucessivos prazos de adaptação, renovados até 1923. Em 1929, a lei nº 3.427 faz sua revisão e integração aos regulamentos gerais. Conhecida como Código de obras Arthur Saboya, a lei, datada de 19 de novembro de 1929, incorpora às posturas municipais ordenamentos estabelecidos pela lei estadual nº 1.956, de 29 de dezembro de 1917. Volta Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Seria relevante lembrar que modificações outras tiveram lugar ao final da década de 1920, as quais ocorrem em paralelo à introdução da arquitetura moderna naquele contexto e, mesmo, à sua difusão tardia no Brasil. Uma delas diz respeito ao abandono de traços do modelo do cine-teatro que tem lugar nos EUA e Europa como a sala em U com frisas, camarotes etc, substituídos estes ordenamentos por balcões retos. É o caso do Cine Rosário, inserido no arranha-céu paulistano Edifício Martinelli, sala inaugurada em setembro de 1929, aspecto que não deixa de ser notado pela crítica cinematográfica, embora a arquitetura de interior preservasse a estética ornamental precedente. Mudanças impostas pela introdução do cinema sonoro, como o abandono da orquestra, a alteração da proporção da tela, o uso de som amplificado (com tudo que daí decorre como exigência acústica) e até mesmo a ampliação das cabines de projeção, tudo implicava em mudanças estruturais severas. Volta Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Destaque-se que Casa Lebre e Sociedade Cinematographica Paulista Limitada, responsável pelo empreendimento no cine República, partilhavam um sócio em comum: Feliciano Lebre de Mello. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
CINE-THEATRO REPUBLICA. O Estado de S. Paulo, 29.12.1921, p.17. Volta A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
A presença de Quadros Junior talvez seja um dos motivos para o sucesso da sala. É o caso de mencionar artigo de Octavio Mendes, em Cinearte, em 1929, ao comentar sua saída então da direção do Cine Paramount, uma das grandes salas do final daquela década. “Mas o facto é, diga-se, que Quadros Junior em São Paulo, pelo avanço do Cinema fez muita cousa. A começar pelo Republica. Que todos, quando o referido se inaugurou, diziam que era obra temeraria inaugurar porque não haveria publico para um Cinema tão grande. E as apresentações majestosas dos filmes. As grandes orchestras que elle criou. Tudo, em summa, deram um aspecto differente aos Cinemas de São Paulo.” (MENDES, Octavio. De São Paulo. CINEARTE, 4 (190): 22-23 e 32, 16 out.1919) Volta Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 57.855/22 (1998-0111.267-0). Volta Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 75.243/22 (1998-0111.262-0). Volta Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 22.052/25. O processso refere-se a um substitutivo de plantas, agora assinadas por representantes da empresa F. P. Ramos de Azevedo & Cia, a partir do projeto de W. Fillinger de 1923. Aparentemente a nova sala de espera estaria pronta desde abril de 1924, quando J. Quadros Junior, da Reunidas, exibidora responsável pelo República, pede vistoria para a sala e obras de alargamento da saída para a Rua Aurora (cf. processo 55.956/24). Embora não conste informação a respeito nos processos localizados, fica em aberto o uso das saídas para a Rua Aurora em caráter permanente e não apenas emergencial, como forma de facilitar o acesso à sala dos espectadores das novas sessões, pois o cinema, mesmo com as ampliações da sala de espera permanecia com apenas três portas de acesso para a Praça da República, além do acesso direto para as arquibancadas do terceiro pavimento. Volta O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
O Palacete Campinas merece alguns comentários adicionais. Com origem associada ao Cine República, o edifício parece ter mantido uma curiosa trajetória de idas e vindas, que em algum momentos tangencia seu vizinho. O terreno, de grande testada para a Praça da República, mas de área menor, foi concebido com a função de locação residencial. Em janeiro de 1945, dá entrada na prefeitura requerimento (12.083/45), apresentado por Nicolas Zarvos, novo proprietário, com projeto de hotel (agora o terreno está sob os números 401-411). O pedido é indeferido, entre outros motivos por ferir a legislação para o logradouro que exigia maior número de pavimentos (ato nº 1.366/38). O substitutivo apresentado em outubro do mesmo ano traz projeto de autoria de Jacques Pilon. De caráter mais atual, o projeto será também indeferido, agora por exceder o número de pavimentos exigido. Em abril de 1946, o processo 44.466/46 com proposta de adaptação para hotel com treze andares é deferido. Porém, nenhuma obra parece ter andamento até 1948, quando o Palacete começa a ser demolido, como indica o processo 80.301/48 relativo a nova edificação, que mais uma vez terá problemas para aprovação devido ao gabarito excessivo. Em maio de 1952, aproveitando a reabertura do Cine República na configuração que manteve até seu final, Haydee Melo Zarvos, proprietária do terreno ocupado anteriormente pelo Palacete Campinas, dá entrada (proc. 92.380/52) a projeto do Cine Teatro Centenário, que não teve continuidade. A história atribulada de um terreno de grandes proporções em área central é assim revelada em parte pelos processos arquivados. Aparentemente o lote permanece vazio há décadas, expressão paradoxal da ocupação urbana em São Paulo. Nota final sobre o antigo Palacete Campinas é o fato de ter abrigado a sede da SPAM – Sociedade Pró-Arte Moderna, associação ativa entre 1932 e 1934 com a participação de pintores do círculo modernista como Lasar Segall. A sede, inaugurada com festa em 16 de agosto de 1933 ocupava metade do quinto andar e seria local de alguns dos bailes do SPAM, conferências etc. Volta A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
A sala de espera do Republica de São Paulo. CINEARTE, (--): 31, 7 de setembro de 1927. Acervo MLS/IBRAM. Volta Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Noche de reyes. [s.l.]: [s.e.], [s.d.]. Coleção Ricardo Mendes. Outro registro assemelhado ocorre também na partitura Quejas de bandoneón, também sem data (coleção Ricardo Mendes). O grupo de músicos é maior, reunindo nove homens ao redor da pianista. Agora usando roupas a rigor, o conjunto conserva instrumentos como o banjo e os sopros usuais, aos quais se acrescenta uma tuba. O cenário, porém, apresenta modificações drásticas. Não se trata mais da sala de espera que vimos, mas um espaço com pé direito mais alto, ocupando o grupo dois patamares com grande desnivel, cercado por paredes com amplas pinturas. O espaço parece não ter relação com qualquer dependência do cine República, nem mesmo parece crível ter sido a imagem feita no bar do primeiro pavimento. Sobre o bar, inaugurado em 15 de janeiro de 1923, veja o breve artigo: Salão de Chá e Bar do Cine Theatro Republica. A CIGARRA, (198): n.p., 01 de janeiro de 1923. Volta Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Em 1924, o processo 53.673/24, apresentado pela Empresa Cinematografica Reunidas Ltda em março daquele ano, trazia projeto, deferido, para colocação de grades externas removíveis, junto às bilheterias, como forma de orientação do público. Volta Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Os processos consultados envolvem predominantemente questões relativas à edificação (projetos, reformas etc). No entanto, a legislação municipal é mais extensa e cobre, entre outros aspectos associados a salas de cinema, tópicos relativos a alvarás de funcionamentos para bares, bomboniéres, publicidade interna, enfim usos comerciais sujeitos à tributação municipal, bem como cessões para espetáculos e eventos. Desse modo, pode-se registrar eventos característicos no período quando salas de cinema e teatro abrigavam promoções variadas como o baile de máscara promovido em 12 de fevereiro de 1923 pelo Circolo Filodramatico 'Amore all'arte', associação fundada em 1901 (cf. Processo 02.433/23). É o caso, no mesmo ano, de evento carnavalesco realizado no República pelo Circolo Dramativo Recreativo Royal (proc.3.441/23) e do Gremio Dramatico e Recreativo (5.089/23), todos eles sempre requerendo isenção de impostos por se tratar de evento dirigido a associados. Espetáculos teatrais constituem outra das ocupações registradas nas grandes salas. Aqui, como exemplo, a apresentação da comédia Milhões de dollares, em 3 de novembro de 1928 pela companhia de Leopoldo Fróes no cine República. (Palcos e circos/Leopoldo Fróes no República. O Estado de S. Paulo, 02.11.1928, p.7). Sucedendo aparentemente os bailes de carnaval dos anos vinte, que exigiam modificações nas salas para sua realização, os cine teatros registram o uso regular na década de 1930 para apresetanções musicais promovidas pelas estações de rádio. Anúncio no jornal Folha da Noite, de 9 de outubro de 1935 (p.36) é um exemplo indicativo no caso do Republica: “Amanhã/ NO CINE-THEATRO REPUBLICA/ ARACY CORTES/ estrela da revista nacional e interprete maxima da musica regional/ brasileira, dará um grande recital com suas ultimas creações./ Nhô Totico servirá como “speaker”/ SERÁ UM RECITAL “9”/ como tudo o que leva a marca da/ RECORD/ (Os bilhetes já estão á venda no theatro)”. E, certamente, entre outros eventos sociais incluem-se ocupações as mais diversas como indicava a manchete principal no jornal Folha da Noite na primeira página da edição de 24 de setembro de 1931: “Está-se realizando o Congresso da Legião Revolucionária”, evento que ocupava a sala do República. Raros casos no conjunto revelam também aspectos gerados pelo poder de atração dos cinemas com seu público afluente. É o caso, mais frequente em outras salas do que aqui, das licenças para sorveteiros. Como fez Alberto Oliviero em janeiro de 1925 (proc.2.908/25) ao solicitar licença de estacionamento para carrinho de sorvete, pedido indeferido, como usual, por problemas gerados para a circulação de pedestres. Registro excepcional, e revelador de práticas de gerenciamento das salas, é relativa à reclamação de Joaquim Franco de Mello, expressa no processo 16.565/23, de maio de 1923, sobre o sistema de assinatura mensal para frisas e camarotes do Cine República. Franco de Mello reclama do procedimento adotado em que a liberação dos lugares não ocupados pelos assinantes era feita à última hora para o público interessado. O processo não tem continuidade, pois dizia respeito à instância estadual. Volta Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Seria o caso lembrar que anos antes, em 1926, comentário na mesma revista fazia elogios à orquestra do República (A tela em revista/S. Paulo/ República. CINEARTE, 1 (12): 30, 19.05.1926). Volta Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 29.722/29. Volta Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Ainda que de forma secundária o cine República, como uma das grandes salas, é presença usual nos comentários do articulista. Dois meses antes, ao comentar o boato que causava alvoroço na cidade sobre a decisão do Conde Matarazzo de adquirir todas as salas de São Paulo, mencionava a entrada de duas novas salas com sistema “vitaphone-movieotone”, o República e o Rosário, para mencionar a respeito do primeiro: “Agora é que a cousa vae ser imponente, mesmo.” (M., O. De São Paulo. CINEARTE, 4 (168): 28-29, 15 maio 1929. Volta A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
A imagem não está reproduzida nesta edição por questões de direitos autorais, mas pode ser vista no livro de Inimá Simões (Salas de cinema em São Paulo, 1980), cuja versão em pdf pode ser baixada no site do Centro Cutural São Paulo (<www.centrocultural.sp.gov.br>). Volta Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 50.920/31. Veja tb processo 49.183/31, 56.372/31, 48.665/32, 14.454/33. Veja ainda processo 42.405/32, sobre atividade de patinação agora tendo como interessado a Empresa Nacional de Diversões Esportivas Ltd. A respeito do atual proprietário, consta em processo relativo ao edifício vizinho (55.392/1935), o Palacete Campinas, que abriga parte da sala de espera, dados sobre a partilha do [espólio] de Lupercio Teixeira de Camargo, realizada em [1931]. Seus bens foram divididos entre Eliseu Teixeira de Camargo e sua esposa Joaquina Cardoso Camargo, e Marina de Camargo Tavares de Leite e seu marido Ignacio Tavares Leite. Eliseu recebera o imóvel que abrigava o Cine República e Marina, o Palacete Campinas. Volta Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 22.260/33. Volta Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Em 1936 o edifício passaria a ser sede da Recedoria de Rendas da Secretaria da Fazenda, como informa artigo publicado às vésperas da inauguração do novo edifício em 1952 (Foi uma casa de espetaculos de maior afluencia no passado. Folha da Manhã, 6 de abril de 1952, atualidades e comentários, p.12.) Volta Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Um exemplo é uma fotografia da fachada para a Praça da República, registro localizado no site Almanak Paulistano, sem dados de fonte. <almanackpaulistano.nom.br> acesso em 04.09.2007 A fachada posterior pode ser identificada em diferentes fases através de duas fontes: (1) <>Os melhoramentos de São Paulo, obra editada por Francisco Prestes Maia (PMSP, 1945, 2ª edição), na qual parte da fachada pode ser vista a partir do Largo do Arouche; (2) conjunto de fotografias aéreas oblíquas gerada pelo INFA cobrindo a região da República, presentes no acervo Museu Paulista-USP, que permitem observar não apenas as fachadas mas também aspectos da cobertura. À título de curiosidade, existe registro aéreo feito por Ivo Justino, pertencente à coleção MCSP/SMC (011145NB), provavelmente final da década de 1950 ou seguinte, que apresenta o conjunto da praça vendo-se a nova edificação construída na década de 1950, que preserva a cobertura original, aparentemente. Volta Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Esse elemento exige uma revisão, pois o filme apresenta trechos relativos ao clássico Exemplo regenerador, de José Medina, realizado em 1919, estabelecendo um parodoxo temporal com o modelo. Além disso, conforme a bibliografia existente, essa película nunca foi exibida no Cine Teatro República (BERNARDET, Jean Claude. Filmografia do cinema brasileiro: 1900-1935 jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo: SEC/Comissão de Cinema, 1979). Volta Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 41.851/50. Volta O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
O decreto lei em questão “dispõe sobre regulamentação especial de comunicações na zona central, altera o perímetro desta e dá outras providências” (cf. CADLEN, em 17.10.2011). Volta O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
O processo 08.404/50 remete ao alvará 31.859 emitido em outubro de 1950. Volta Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Apenas como menção breve a empresa de Paulo de Sá Pinto (Empresa Cinematográfica Sul, ou ainda Empresa Sul Cinematográfica) será uma das grandes do setor na capital paulistana por mais de três décadas. Seu circuito de salas têm início em 1945 com a abertura do cine Marabá, na Avenida Ipiranga, confrontando o mercado dominado pelo circuito Serrador estabelecido há quatro décadas. Volta A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
A informação é registrada no processo 163.528/53, que remete ao processo de 44.727 do mesmo ano. Volta Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 51.314/51. Volta Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Estes dois últimos foram edificados por concessões em terrenos municipais. Volta Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Processo 58.638/51. A vistoria final é solicitada em março de 1952 pela Sociedade Nacional de Engenharia, com liberação do laudo de vistoria em 8 de abril, pouco antes da inauguração (cf. proc.55.002/52). Volta Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Visitando o novo cine República. Folha da Manhã, 8 de abril de 1952, Noticiário Geral, p.6. Volta Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
Conforme anúncio, discreto para os padrões da sala: República: um cinema moderno para a cidade mais moderna do mundo. Folha da Manhã, 16 de abril de 1952, primeiro caderno, p.8. Volta A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
A década de 1970 para o circuito exibidor é marcada por um deslocamento da área de concentração de salas ao longo da Avenida São João para a região da Avenida Paulita, em especial. O momento, apontado pelo segmento como o “fim do cinema” na retórica usual dos períodos de crise, será sucedido pelo abandono do modelo do “cinema de rua” substituído pelas salas em galerias comercias e, definitivamente, a partir da década de 1990, com a incorporação dos cinemas aos shoppings centers, onde encontrarão nova lógica de inserção urbana. Volta O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta
O imóvel ocupado pelo cinema e outros vizinhos seriam devolvidos após as obras, previstas em fevereiro de 1978 para durarem 14 meses. A data marca também a inauguração da Estação Sé do metrô, como exemplo das mudanças em andamento na região. (Obra na República começa amanhã. Folha de S.Paulo, 14 de fevereiro de 1978, local, p.13.) Volta