MAPPA DA CIDADE DE SÃO PAULO E SEUS SUBURBIOS
Feito por Ordem do Ex.mo Sr Prez.te o Marechal de Campo
Manoel da Fonseca Lima e Silva
Pelo Engenheiro Civil
C. A. Bresser
- Ao pé da planta, à direita: Copia de J. D. Santos Rio. 8 - 5 – 919
- Original sem data, mas executada com certeza entre 1° de maio de 1844 e 5 de novembro de 1847.
- Escala de 3000 palmos.
- Dimensões da cópia do Museu Paulista: 600 x 750 mm (sem moldura).
- Restaurada recentemente, com perdas. Documento muito escurecido pela acidificação do suporte.
- Técnica da cópia: nanquim sobre papel translúcido (vegetal).
- Original pertencente à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
- Reprodução a partir da versão publicada pela Comissão do IV Centenário, em 1954.
ANÁLISE
Esta peça, executada por Bresser durante a administração do presidente da Província Marechal Lima e Silva, pode ser considerada a versão definitiva da Planta n.3, deixada incompleta na parte cadastral. Os limites são praticamente os mesmos desta última. Só, ao norte, foram levados até a Ponte Grande de Santana, incluída pela primeira vez numa carta paulistana.
O traçado das ruas é o mesmo do das plantas anteriores; aparecem os nomes de vias e logradouros, porém não dos situados na
Cidade Nova.
A importância da carta é devida à sua natureza cadastral. Por essa razão seria tomada como modelo para a confecção de uma nova planta encomendada pela Câmara Municipal nos anos de 1850, mas não executada.
Na cópia de 1918 aqui reproduzida depara-se com a grafia fantasiosa de certos nomes tradicionais, como:
Rio Tamandateahy
(quando a grafia no original é Tamanduatehy),
Ribeirão Nanhabaú (erradamente grafado
Anhabau por Bresser),
Igreja da Consulação,
Campo Rodonde etc. O copista fez ainda uma identificação que não existe no original:
Ch. do Inez Machado, situada entre a Rua da Tabatingüera e a saída de Santos, terra pertencente na verdade a Luís Pereira Machado,
conforme vimos na Planta n.3. E omitiu a identificação da propriedade semi-rural à extrema esquerda da planta –
Chacara do Jeromo Andrade – , tradicionalmente conhecida como Chácara do Bom Retiro.
Na planta, Bresser completou a composição simétrica do traçado interno do Jardim Público, chamado ainda
Jardim Botanico,
denominação substituída em 1838. E fez o mesmo com a projeção horizontal da
Caza do [sic]
Correcção, cuja construção, apenas iniciada, estava interrompida desde a revolução de 1842. Detalhes esses que sabemos não corresponder à realidade da época.
Não podemos deixar de notar também que, quase quarenta anos depois de arruada e parcelada, a ocupação na parte além-Anhangabaú continuava ainda bastante rarefeita.